sábado, 14 de maio de 2011

Irreal Momento

ela disse sentir saudades, eu disse não acreditar,

ela chorou... tentou me beijar... eu me esquivei.

ela forçou um sorriso, eu tentei não me enganar,

ela fingia, eu entendi, o tempo todo me enganei.



eu a tocava para que sentisse nela a essência da realidade,

tentava fazer de meu tato minha única e invariável cognição,

ela cantava pra mim, dizendo ser apenas minha imaginação,

não sabia que por trás daquela beleza vivia tanta fealdade.



irreal momento em que a irônica vida casa o amor com a morte,

um beijo dos seus frios lábios esquenta a parte mais íntima

de um insensível corpo já há séculos abandonado e inerte,

um agito do sangue, uma momentânea alegria, mesmo que ínfima.



o coração ressecado de tal criatura abandonada volta a bater,

parece um surdo numa marcha fúnebre, mas bate, bate forte.

o amor revive o monstro aprisionado, que se levanta à tremer.



viniiciuz - 02/08/10 - (R) to http://azideaz.blogspot.com

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