ela disse sentir saudades, eu disse não acreditar,
ela chorou... tentou me beijar... eu me esquivei.
ela forçou um sorriso, eu tentei não me enganar,
ela fingia, eu entendi, o tempo todo me enganei.
eu a tocava para que sentisse nela a essência da realidade,
tentava fazer de meu tato minha única e invariável cognição,
ela cantava pra mim, dizendo ser apenas minha imaginação,
não sabia que por trás daquela beleza vivia tanta fealdade.
irreal momento em que a irônica vida casa o amor com a morte,
um beijo dos seus frios lábios esquenta a parte mais íntima
de um insensível corpo já há séculos abandonado e inerte,
um agito do sangue, uma momentânea alegria, mesmo que ínfima.
o coração ressecado de tal criatura abandonada volta a bater,
parece um surdo numa marcha fúnebre, mas bate, bate forte.
o amor revive o monstro aprisionado, que se levanta à tremer.
viniiciuz - 02/08/10 - (R) to http://azideaz.blogspot.com
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